domingo, 26 de junho de 2011

soneto



Lábios
que encontram outros lábios
num meio de caminho, como peregrinos
interrompendo a devoção, nem pobres
nem sábios numa embriaguez sem vinho:

que silêncio os entontece quando
de súbito se tocam e, cegos ainda,
procuram a saída que o olhar esquece
num murmúrio de vagos segredos?

É de tarde, na melancolia turva
dos poentes, ouvindo um tocar de sinos
escorrer sob o azul dos céus quentes,
que essa imagem desce de agosto, ou
setembro, e se enrola sem desgosto
no chão obscuro desse amor que lembro.

Nuno Judice

3 comentários:

  1. Sabe, si alguna vez tus labios rojos
    quema invisible atmósfera abrasada,
    que el alma que hablar puede con los ojos,
    también puede besar con la mirada.

    Gustavo Adolfo Becquer; Rima XX

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  2. Yo busco en tus labios la poesía,
    al igual que la rosa,
    a los aires se delata
    en alas de celeste perfume.

    Dominatorque 22 de Septiembre de 2009

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  3. Por cierto, feiticeira ;)). Te he escrito algo en tu artículo anterior.

    Beijos

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