quarta-feira, 29 de junho de 2011

júpiter


Nos primórdios da Humanidade, o homem percebeu a necessidade de se juntar com outros para melhor sobreviver (Vénus). Ainda assim, os impulsos individualistas criavam conflitos no grupo (Marte) e por isso, surgiram outras formas de se canalizar esta energia primitiva mais instintiva. Esta canalização deu-se através de um princípio de prazer e de expansão da consciência, em detrimento do lado instintivo, e permitiu ao homem a construção de valores sociais, valores que buscam o significado maior e incentivam o indivíduo a identificar-se com o colectivo.

Júpiter tem uma função similar a Vénus, no sentido de que Vénus representa o agrupamento com outros indivíduos e Júpiter também, só que o faz numa escala muito maior, introduzindo a noção arquetípica de sociedade. Daí, Júpiter ser considerado o primeiro planeta social.
Júpiter representa o princípio religioso, assim, como os princípios sociais que foram incorporados no inconsciente do homem – Júpiter representa a moral, a lei, os valores, o conhecimento, a busca de significados e o conceito de Deus.

No desenvolvimento humano, Júpiter representa o início da introdução dos conceitos de certo e errado que são transmitidos à criança de forma positiva, intuitiva e natural. A transmissão de valores também se inicia nesta fase e terá o seu ápice no processo representado por Saturno. Além de valores, Júpiter representa o início do processo de deixar para trás o lado impulsivo, animal, instintivo, ampliando portanto, o controle consciente sobre o seu comportamento, sua atitude e suas ambições.
É uma fase de narcisismo primário, bastante positiva, onde a criança sente o impulso de ultrapassar as suas fronteiras, descobrir o novo e o prazer de se expandir. As condições do ambiente também favorecem e incentivam esta expansão, que durará até a formação do superego, princípio saturnino.

O arquétipo Jupiteriano é um princípio benéfico – na astrologia tradicional é conhecido como o “grande benéfico” – é um princípio significador e canalizador dos factores planetários anteriores, além de ser o primeiro planeta “social”, Júpiter representa um princípio socializador, diferente de Vénus, muito mais aprimorado. É a essência de toda filosofia, sendo a ele atribuídas as noções de justiça, honestidade, bondade, generosidade e piedade.

Júpiter é o primeiro arquétipo representador da espiritualidade no Homem. A palavra Religião tem suas origens no verbo religare, ou religar. Júpiter revela a ânsia por unidade, por religação, com o Todo, com Deus, ou com o Universo. Representa a busca pela verdade, pelo sentido da vida, pelo porquê das coisas, pela Lei maior. Júpiter representa a busca de uma ordem maior e com mais significado, para além do caos aparente da vida. Representa a Fé em todas as suas formas, desde o “crer com consciência” até o fundamentalismo, o dogmatismo e o fanatismo religioso. Representa a percepção de uma inteligência maior, maior que a do homem, que possibilita resignificar qualquer experiência.

Júpiter além de ser um arquétipo de unidade, ou busca de unidade, é também um arquétipo de Lei e Ordem.
Este planeta representa a intuição e compreensão de uma lei maior, uma lei eterna e imutável, um princípio que está dentro do homem e o permite conhecer a ética e o funcionamento desta lei na matéria. Como a lei eterna se manifesta num local e num tempo específicos. Como esta verdade absoluta é relativizada numa cultura específica, num período específico, na tentativa de libertar o homem do caos, dando significado para toda a desordem e directrizes para a construção de um sistema de valores e leis humanos.

Júpiter também é um princípio de expansão e crescimento. Revela o desejo de se expandir material, intelectual e espiritualmente. É o ultrapassar as fronteiras do conhecido, ir além dos horizontes, seja através do aumento dos conhecimentos através do estudos superiores, seja através de viagens longas e conhecimento de outras culturas, seja através do aumento da compreensão dos porquês da vida, seja através do conhecimento de outras filosofias, outras religiões, e outros sistemas de leis.
No sistema solar, Júpiter é o maior de todos os planetas. O facto de ser gigantesco emprestou a Júpiter os significados de expansivo, abundante, grandioso, exagerado, que ultrapassa os limites (sem limites), efusivo, empolgado, optimista, esbanjador, desperdiçador, presunçoso, convencido (ego inflado). O facto de estar depois de Marte também representa um planeta que está além do Ego instintivo e auto centrado, daí ser considerado também o primeiro planeta social.


Glifo

A meia-lua sobre a cruz (+).
A meia-lua de Júpiter representa a intuição de princípios superiores (que astrologicamente são representados pelos planetas transpessoais). Se prolongarmos a espiral da meia-lua veremos que ela sobe e se expande. A cruz, representando a terra e a linha do horizonte, mostra que a intuição vem de cima da matéria (+).
Este Glifo confirma a ideia de intuição de princípios e ordem superiores representados pelo impulso espiritual e religioso.
Também pode representar a intuição ou compreensão do significado de eventos e experiências mundanos (+), e a resignificação destes num nível superior.

Associação à Alquimia

Júpiter na alquimia está associado à um processo chamado “Multiplicatio”. Quando as partes da obra estão ainda separadas, pode ocorrer uma das partes evoluir chegando ao estado de albedo (purificação). A “Multiplicatio” representa um processo que ocorre quando uma parte da obra que está purificada contamina positivamente as outras partes que ainda não estão, desencadeando o mesmo processo.
Psicologicamente, representa o efeito contagiante que um alquimista mais consciente tem sobre outras pessoas. Este efeito estimula positivamente, inspira o outro a querer evoluir também. Este princípio expansivo é visto como muito positivo e fundamental para a obra alquímica bem como para o alquimista, que se torna ainda mais ciente de si quando se vê como um ser actuante dentro do todo, do grupo ou da humanidade.

Associação à Mitologia

Este planeta na mitologia é Zeus para os Gregos e Júpiter para os Romanos. Zeus é o Deus dos Deuses. É o maior, mais importante e mais poderoso dos deuses.
Astrologicamente, Zeus pode representar o arquétipo do sábio e do guru. Júpiter é o mestre que intui a verdade e a ordem superior e a transmite. É o professor altruísta que quer expandir o conhecimento para fora de si, quer ensinar e transmitir os valores, os ideais superiores, a ética e os princípios. Júpiter é a vontade de aprender e depois de ensinar.
Júpiter também representa benefícios, “protecção de Zeus”, sorte, fortuna, alegria, facilidade, entusiasmo, jovialidade e prazer.

A ligação de Júpiter com a Astrologia

Além de Urano, a astrologia também está associada com o planeta Júpiter. Desta associação também podemos confirmar e inferir alguns significados de Júpiter.

A astrologia é um estudo que requer uma compreensão superior daquele que a estuda, está baseada em princípios, leis e verdades universais. É um estudo que procura compreender todas as dimensões e áreas da vida, na tentativa de significar as experiências, encontrar relações e conexão com uma ordem superior, ou religação com o universo (como é em cima é em baixo). A astrologia além da sua função de percepção de verdades maiores, também objectiva conhecer as potencialidades individuais e as formas de concretização destas potencialidades, isto é, como o indivíduo pode crescer, expandir-se e tornar-se o máximo de si próprio. Evidencia tanto as diferenças individuais no homem quanto percebe a sua universalidade. Consegue encontrar relações para a natureza, o comportamento humano individual e o desenvolvimento social como um todo. É uma linguagem codificada, simbólica, estruturada e universal. É um sistema holista e aberto, que permite constantes inclusões e aperfeiçoamentos teóricos e práticos, sem a necessidade de contradição dos princípios anteriores.

Júpiter rege o signo de Sagitário e a casa IX, está exaltado em Caranguejo e é co-regente de Peixes.

das aulas da Juliana Estevez

domingo, 26 de junho de 2011

soneto



Lábios
que encontram outros lábios
num meio de caminho, como peregrinos
interrompendo a devoção, nem pobres
nem sábios numa embriaguez sem vinho:

que silêncio os entontece quando
de súbito se tocam e, cegos ainda,
procuram a saída que o olhar esquece
num murmúrio de vagos segredos?

É de tarde, na melancolia turva
dos poentes, ouvindo um tocar de sinos
escorrer sob o azul dos céus quentes,
que essa imagem desce de agosto, ou
setembro, e se enrola sem desgosto
no chão obscuro desse amor que lembro.

Nuno Judice

terça-feira, 21 de junho de 2011

o dia mais longo do ano

o sol o calor o cheiro doce dos jacarandás as tílias em flor na rua os risos soltam os cabelos enovelados pela brisa suave que corre pela minha cidade

do café da esquina chegam os acordes de um tango… um canto um encanto um desejo

e a vida constrói e desenha novas linhas na palma das mãos



domingo, 19 de junho de 2011

Na ilha por vezes habitada

Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de
morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.

O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas
mãos.
Com doçura.

Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos
ossos dela.

Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.

José Saramago

José Saramago

O Amor não Tem nada que Ver com a Idade

Penso saber que o amor não tem nada que ver com a idade, como acontece com qualquer outro sentimento. Quando se fala de uma época a que se chamaria de descoberta do amor, eu penso que essa é uma maneira redutora de ver as relações entre as pessoas vivas. O que acontece é que há toda uma história nem sempre feliz do amor que faz que seja entendido que o amor numa certa idade seja natural, e que noutra idade extrema poderia ser ridículo. Isso é uma ideia que ofende a disponibilidade de entrega de uma pessoa a outra, que é em que consiste o amor.

Eu não digo isto por ter a minha idade e a relação de amor que vivo. Aprendi que o sentimento do amor não é mais nem menos forte conforme as idades, o amor é uma possibilidade de uma vida inteira, e se acontece, há que recebê-lo. Normalmente, quem tem ideias que não vão neste sentido, e que tendem a menosprezar o amor como factor de realização total e pessoal, são aqueles que não tiveram o privilégio de vivê-lo, aqueles a quem não aconteceu esse mistério.

José Saramago, Outubro 1990

sábado, 18 de junho de 2011



Há muito que deixei aquela praia
De grandes areais e grandes vagas
Mas sou eu ainda quem na brisa respira
E é por mim que espera cintilando a maré vasa

Sophia Mello Breyner

terça-feira, 14 de junho de 2011

olhar e ouvir



quando olhei esta mulher
não sei que sinapses
troxeram esta música até mim



segunda-feira, 13 de junho de 2011

Fernando Pessoa - heterónimos


Fernando Pessoa é o poeta dos heterónimos. Quase é irónico dizer que Pessoa se despessoaliza em inúmeros heterónimos e semi-heterónimos dando forma e vida às vozes que habitam dentro de si. Sempre vi Pessoa como um génio. Sempre senti Pessoa dentro de um abismo. E a heteronimia a réstia de salvação.


Interessante a génese das personalidades mais conhecidas - Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos - descrita numa carta a Adolfo Casais Monteiro (13 Jan. 1935) – “foi em 8 de Março de 1914 — acerquei-me de uma cómoda alta, e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé, como escrevo sempre que posso. E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa espécie de êxtase cuja natureza não conseguirei definir. Foi o dia triunfal da minha vida, e nunca poderei ter outro assim. Abri com um título, O Guardador de Rebanhos. E o que se seguiu foi o aparecimento de alguém em mim, a quem dei desde logo o nome de Alberto Caeiro. Desculpe-me o absurdo da frase: aparecera em mim o meu mestre. Foi essa a sensação imediata que tive. E tanto assim que, escritos que foram esses trinta e tantos poemas, imediatamente peguei noutro papel e escrevi, a fio, também, os seis poemas que constituem a Chuva Oblíqua, de Fernando Pessoa. Imediatamente e totalmente... Foi o regresso de Fernando Pessoa Alberto Caeiro a Fernando Pessoa ele só. Ou, melhor, foi a reacção de Fernando Pessoa contra a sua inexistência como Alberto Caeiro.

Aparecido Alberto Caeiro, tratei logo de lhe descobrir — instintiva e subconscientemente — uns discípulos. Arranquei do seu falso paganismo o Ricardo Reis latente, descobri-lhe o nome, e ajustei-o a si mesmo, porque nessa altura já o via. E, de repente, e em derivação oposta à de Ricardo Reis, surgiu-me impetuosamente um novo indivíduo. Num jacto, e à máquina de escrever, sem interrupção nem emenda, surgiu a Ode Triunfal de Álvaro de Campos — a Ode com esse nome e o homem com o nome que tem.

Criei, então, uma coterie inexistente. Fixei aquilo tudo em moldes de realidade. Graduei as influências, conheci as amizades, ouvi, dentro de mim, as discussões e as divergências de critérios, e em tudo isto me parece que fui eu, criador de tudo, o menos que ali houve. Parece que tudo se passou independentemente de mim. E parece que assim ainda se passa. Se algum dia eu puder publicar a discussão estética entre Ricardo Reis e Álvaro de Campos, verá como eles são diferentes, e como eu não sou nada na matéria.”



Para cada um destes homens,Fernando Pessoa, inventou uma biografia, um horóscopo ( não nos esqueçamos que Fernando Pessoa tinha muitos conhecimentos de astrologia a ponto de ser referido pelo mago inglês Aleister Crowley como “o maior astrólogo do mundo”), um retrato físico e desenhou as suas diferentes características intelectuais e ideológicas.

Alberto Caeiro “o Mestre” louro, de pele muito branca, olhos azuis de criança que não têm medo, nasceu em Lisboa, viveu no Ribatejo e morreu cedo. O mais simples de todos, a sua vida foram os seus poemas. É o poeta das sensações. E do objectivismo absoluto.
….

“Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...”

(Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema VII" 13-3-1914)

….

“Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido”

(Alberto Caeiro, in “Poemas Inconjuntos” 7-11-1915)



Ricardo Reis nasceu no Porto, frequentou um colégio de jesuitas, é médico embora não exercesse e viveu parte da sua vida no Brasil. É o heterónimo que mais se aproxima de Pessoa quer no aspecto físico - magro, moreno, encurvado – quer na maneira de pensar. Simples na concepção da vida e sereno na aceitação das coisa Ricardo Reis procura no epicurismo e nos poetas latinos a sua forma de expressão.
….

“Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada coisa a Lua toda
Brilha, porque alta vive”

(“Odes” de Ricardo Reis, 14-2-1933)



Álvaro de Campos é engenheiro. Torna-se discípulo de Caeiro mas afasta-se da sua doutrina ao aproximar-se dos movimentos modernistas. Nele encontramos a ânsia de sentir tudo e todas as maneiras. Nele encontramos a desilusão e o cansaço.
….

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

(Álvaro de Campos,”Tabacaria”, 15-1-1928 )


Quer se ame ou odeie, admire ou abomine, exalte ou critique é impossível ficar indiferente a este homem que um dia escreveu “ não sei se sou feliz, nem se desejo sê-lo”

mais sobre Pessoa AQUI

autopsicografia



O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa

terça-feira, 7 de junho de 2011

isso que tem?

Numa noite já de despedida do Rio conheci na Avenida de Copacabana uma mulher nova que vendia rendas do Ceará e outras coisas bonitas. Eu estava acompanhada por alguém que, meio a brincar, me apresentou como escritora. E ela disse, logo expansiva e divertida:

“Eu também sou escritora. Escrevo pensamentos, coisas que tenho na idéia sobre José do Egito e a princesa Elisa. Havemos de voltar a falar”.

– Vou-me embora amanhã – disse eu.

– Isso que tem? Nem a viagem ao céu é só de ida.

Agustina Bessa-Luís (2004)

sábado, 4 de junho de 2011



1.
Amigo, toma para ti o que quiseres,
passeia o teu olhar pelos meus recantos,
e se assim o desejas, dou-te a alma inteira,
com suas brancas avenidas e canções.

2.
Amigo - faz com que na tarde se desvaneça
este inútil e velho desejo de vencer.

Bebe do meu cântaro se tens sede.

Amigo - faz com que na tarde se desvaneça
este desejo de que todas as roseiras
me pertençam.

Amigo,
se tens fome come do meu pão.

3.
Tudo, amigo, o fiz para ti. Tudo isto
que sem olhares verás na minha casa vazia:
tudo isto que sobe pelo muros direitos
- como o meu coração - sempre buscando altura.

Sorriste - amigo. Que importa! Ninguém sabe
entregar nas mãos o que se esconde dentro,
mas eu dou-te a alma, ânfora de suaves néctares,
e toda eu ta dou... Menos aquela lembrança...

...Que na minha herdade vazia aquele amor perdido
é uma rosa branca que se abre em silêncio...

Pablo Neruda

sexta-feira, 3 de junho de 2011

uma hipótese



A alegria é um catalisador de uma experiência cientifica;
A tristeza, um inibidor..
A tristeza encolhe;
como pode um homem triste descobrir algo?
Só quem é alegre arrisca.
A tristeza é anticientífica

Gonçalo M Tavares

Terreiro do Paço

ontem à noite






pela Compañía Puja (Argentina/Espanha) o Terreiro do Paço recebeu um espectáculo que inaugurou as Festas de Lisboa.
em tempos de crise, instabilidade e inquietude uma pausa - um universo onírico à distância do nosso olhar

quarta-feira, 1 de junho de 2011

ekleipsis



Sol e Lua alinhados a 11º Gêmeos, Eclipse Solar parcial

A palavra eclipse vem do grego ekleipsis, que significa desmaio.

Os eclipses não são “desmaios” mas podem ser vistos como uma falta de luz momentânea no mapa natal.

Após a escuridão, ressurge a luz, retornando a consciência. Ao retornar a luz algo foi reformulado, inevitavelmente, pela escuridão do eclipse.
Portanto pós-eclipse enseja um renascimento e uma transformação.

O simbolismo de um Eclipse depende da casa em que ocorre no mapa natal e dos aspectos que este faz ao Sol natal, Ascendente, Lua natal e planetas, principalmente os pessoais (Mercúrio, Vénus, Marte). Assim um eclipse comporta-se como um trânsito. Os Eclipses Solares semelhantes a trânsitos de Neptuno e os Lunares semelhantes a trânsitos de Urano.

Eclipses Solares ocultam o sol e todos os aspectos lunares serão preponderantes. Eclipses Lunares obscurecem a lua e os aspectos solares irão predominar. Os primeiros remetem-nos para o passado, os segundos apontam para o futuro.

Para os que forem “tocados” pelo Eclipse Solar irá predominar a memória, o passado, velhos assuntos, pessoas, sentimentos. Retomar ideias, tradições. Momento para pacificação com o passado.

No Eclipse Solar o Sol é parcialmente ocultado e como o Sol representa a luz da consciência, a nossa clareza e capacidade de julgamento podem estar comprometidas.

Eclipses tal como trânsitos são convites, propostas, por vezes subtis, de dar forma ou dissolver aquilo que precisamos em nossas vidas.


Durante este ano iremos ter mais quatro eclipses

dia 15 de Junho, Eclipse Lunar total, a 24º de Sagitário
dia 1 de Julho, Eclipse Solar parcial a 9º de Caranguejo
dia 25 de Novembro, Eclipse Solar parcial a 2º de Sagitário
dia 10 de Dezembro, Eclipse Lunar total a 18º de Gémeos