quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

para atravessar contigo o deserto do mundo




Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo

Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento

Sophia de Mello Breyner Andresen
Livro Sexto (1962)

1 comentário:

  1. Lo! in the orient when the gracious light
    Lifts up his burning head, each under eye
    Doth homage to his new-appearing sight,
    Serving with looks his sacred majesty;
    And having climb'd the steep-up heavenly hill,
    Resembling strong youth in his middle age,
    Yet mortal looks adore his beauty still,
    Attending on his golden pilgrimage;
    But when from highmost pitch, with weary car,
    Like feeble age, he reeleth from the day,
    The eyes, 'fore duteous, now converted are
    From his low tract and look another way:
    So thou, thyself out-going in thy noon,
    Unlook'd on diest, unless thou get a son.

    Shakespearean Sonnet 07 Lo in the Orient when the gracious light

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