terça-feira, 24 de maio de 2011

apenas

imagem: Isabel Lhano


Não vou pôr-te flores de laranjeira no cabelo
nem fazer explodir a madrugada nos teus olhos.

Eu quero apenas amar-te lentamente
como se todo o tempo fosse nosso
como se todo o tempo fosse pouco
como se nem sequer houvesse tempo.

Joaquim Pessoa



4 comentários:

  1. ¡Sé bienvenido, jubiloso espíritu!
    No fuiste nunca un pájaro,
    tú, que desde los cielos o cerca de sus lindes,
    el corazón derramas
    en profusos acentos, con arte no pensado.

    Mi amigo Shelley :-)
    Beijos.

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  2. Mas o tempo não é nosso
    Mas o tempo é pouco
    Mas o tempo nem é tempo
    Mas eu amo-te

    Siringador da Ribeira
    Porto, 15 de maio de 2009

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  3. Adoro Pessoa, como bien sabes.

    No escribo mucho por estos lares, pero fiel seguidor de tus pasos soy.
    un abrazo

    Vam

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  4. Um poeta é um rouxinol que se senta na escuridão, e canta
    para se confortar da própria solidão com seus próprios sons.
    Seus ouvintes são homens arrebatados pela melodia de uma música invisível, que se sentem comovidos e em paz,
    ainda que não saibam como nem o porquê.

    Percy Shelley




    Há o tempo. Por vezes movimento parado. Por vezes vontade de o ir apressando. Por vezes incerteza do ritmo a seguir.

    Há as palavras. As que dizemos. As que não dizemos e são os nossos pensamentos. As que guardamos. As que procuramos. As que escolhemos deixar ali a olhar-nos nos olhos e no silêncio.

    Há os passos. Os que damos. Caminhos. Uniões.

    E há a soma do tempo das palavras dos passos. Alguma coisa que às vezes encontramos.




    "Não sou eu quem descrevo. Eu sou a tela

    E oculta mão colora alguém em mim.

    Pus a alma no nexo de perdê-la

    E o meu princípio floresceu em Fim."

    Fernando Pessoa


    :)

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