segunda-feira, 1 de novembro de 2010

doçuras ou travessuras?



Chegam pé ante pé calando os risinhos com o dedo nos lábios. Batem com força na porta da rua. Sei-os de cor. Cinco ou seis anos vestidos de fantasmas e bruxinhas. Um feitiço qualquer mantem a vela tremeluzente no interior da cabaça esculpida.

Doçuras ou travessuras? Travessuras ou doçuras?

Travessuras não por favor, que medo! Entro nas suas brincadeiras. Doçuras doçuras… Deliciados e felizes abrem os saquitos onde se amontoam castanhas romãs bolos de noz maçã e canela…

Doçuras. Vou buscá-las à cozinha acabadinhas de fazer. Broas de todos-os-santos. A receita da minha avó. Que deposito no saco e na memória inundada subitamente de cheiros e palavras.

Agraciada por risos e beijos soprados na ponta dos dedos fico a vê-los correr pé ante pé para a porta do lado.

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Aqui deste lado bato levemente a outra Porta. Doçuras ou travessuras? Pé ante pé atravesso-a.

É tão real o cheiro a broas de todos-os-santos acabadas de fazer.

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