domingo, 12 de dezembro de 2010

douce nuit


Crescente era o quarto da lua.


A noite tomava de emprestado o vermelho dos candeeiros seculares dispostos em redor da árvore imensa no centro da praça. No cimo dos edifícios, os sinos enfeitiçados pelo canto do vento, entoavam uma melodia muito antiga. Muito bela.


A mulher e a menina impregnadas de espanto olhavam.
Olhavam a árvore, os candeeiros, o vento, os sinos, a praça.


É mágico, mãe. Olha, consegues ver? – perguntou a menina apontando o dedo para o céu.


No ar flutuavam milhares de seres alados vindos do fim dos tempos, que lhes sussurrravam ladainhas ternas ao ouvido e fechavam as asas como quem se abraça devagar. Pareciam flocos de neve…


Podemos ficar assim para sempre? Podemos?


A mulher deslizou os dedos longos e macios pelo seu cabelo, acariciando-a e perguntou:
- É isso mesmo que tu queres pequenina?
- É! – respondeu sem pestanejar.


A mulher sorrindo pegou na mão da menina e começaram a subir a subir sentindo em cada asa o impulso imenso de um regresso a casa.





esta é uma história para recordar à lareira, com a Catarina, embrulhadas em mantas de lã e de ternura

5 comentários:

  1. Podemos ficar assim para sempre? Podemos?


    Quizás podamos detenernos en ese instante maravilloso quizás

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  2. A realidade as vezes é tão mais bela e que nem os pensamentos não conseguem igualar

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  3. hoje, desculpem-me, não vou comentar

    hoje não foi um dia bom...

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  4. Siento mucho que no fuera un buen dia.
    Como dice la canción de JM Serrat

    -Si la rutina te aplasta,
    dile que ya basta
    de mediocridad.
    Hoy puede ser un gran día
    date una oportunidad-

    Beijos

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