quarta-feira, 31 de março de 2010

chove



Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego. Chove. O céu dorme.

Tão calma é a chuva que se solta no ar
que parece que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece...

Chove longínqua e indistintamente

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"


e chove aqui. tão perto de mim

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