domingo, 20 de dezembro de 2009

as palavras


São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memórias.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes, leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta?

Quem as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade

4 comentários:

  1. Te deseo unas muy felices Navidades y un mejor y amoroso año 2010

    Besos

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  2. Gracias Kend-ito.

    Sê bem vindo.

    Um abraço.

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  3. Quantos poemas tem a vida?
    se a vida mesma é um poema em si
    só é preciso encontrar-lhe a rima
    e com ela a música sem fim

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  4. poeta escritor maestro

    bem-vindo

    Sawabona

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