“Sou entre flor e nuvem. Por que havemos de ser unicamente humanos? Não encontro caminhos fáceis de andar. E por isso levito. É bom deixar um pouco de ternura em cada lugar” (Cecília Meireles)
Ainda é verão e já não é. Desprevenidos pelo calor os corpos despem-se os sorrisos aparecem os beijos soltam-se. Queria hoje ser capaz de pintar as cores os cheiros os passos que entardecem junto ao rio. Fecho os olhos. Pergunta-me um pássaro. De que lado sopra o vento? Do lado do coração.
Enfeitiçada sigo…
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Amo a liberdade, por isso deixo as coisas que amo livres.
Se elas voltarem é porque as conquistei.
Se não voltarem é porque nunca as possuí.
Nunca o verão se demorara assim nos lábios e na água - como podíamos morrer, tão próximos e nus e inocentes?
Eugénio de Andrade
terça-feira, 4 de outubro de 2011
[poemas desenhados na pele...]
Estar contigo ao acordar, ver como se abrem as tuas pálpebras, cortinas corridas sobre o sonho, sacudir dos teus lábios o silêncio da noite para que um primeiro riso me traga o dia:
assim, amor, reconheço a vida que entra contigo pela casa, escancara janelas e portas, deixa ouvir os pássaros e o vento fresco da manhã, até que voltas para junto de mim, e tudo recomeça.
Nuno Júdice – do livro: Por Dentro do Fruto a Chuva