“Sou entre flor e nuvem. Por que havemos de ser unicamente humanos? Não encontro caminhos fáceis de andar. E por isso levito. É bom deixar um pouco de ternura em cada lugar” (Cecília Meireles)
Primeiro é o amor sem fim A segunda é ver o outono A terceira é o grave inverno Em quarto lugar o verão A quinta coisa são teus olhos Não quero dormir sem teus olhos. Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
Pablo Neruda
domingo, 25 de setembro de 2011
À minha volta vejo a plenitude pura da luz sem peso dar a cada coisa a evidência de ser
Tudo está por dizer à minha frente à minha volta. Será necessário dizer? Nada exige que eu diga o que vejo e respiro e me inunda mas sinto a espera de tudo numa sintonia branca para que sobre a página incida o peso de cada coisa iluminada
Com as mesmas palavras do passado, Digo que te desejo, Vida! E como um namorado Que desmede a paixão, já desmedida, Prometo Ser-te fiel sem esperança. Fiel à consciente Temeridade De amar intensamente Sem mocidade…
Desperta-me de noite O teu desejo Na vaga dos teus dedos Com que vergas O sono em que me deito
É rede a tua lingua Em sua teia É vicio as palavras Com que falas
A trégua A entrega O disfarce
E lembras os meus ombros Docemente Na dobra do lençol que desfazes
Desperta-me de noite Com o teu corpo Tiras-me do sono Onde resvalo
E eu pouco a pouco Vou repelindo a noite E tu dentro de mim Vais descobrindo vales.
Maria Tereza Horta
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Hoje não trago nada que dizer. Sossega o teu rosto no meu peito Repousa em mim a tua tristeza Ouve os segredos que te não digo E a canção de forte esperança Que germina e rompe devagarinho Por todos os caminhos da vida.
Na pureza desta tarde, Ao lusco fusco, Abre comigo os olhos para os belos horizontes.
Copenhagen reconhece os meus passos tantos anos se passaram. Às vezes penso que não escolho os caminhos. Estão por aí espalhados e quietos. À espera que eu me perca neles. E são tantas as vezes que eu me perco…